MEMORIAL MARIA HELENA OLIVEIRA
Estou fazendo o curso de pós-graduação. Depois de 28 anos de magistério e de ter formado minhas duas filhas resolvi fazer Pós-Graduação em PROEJA no CEFET de São Vicente do Sul. Não podia deixar escapar esta oportunidade, porque estou fazendo sem ônus e não preciso me deslocar da minha cidade. Fazer este curso em fim de carreira e voltar a estudar para mim é muito importante, porque além de aprender, vou ter mais conhecimento e vou crescer como ser humano.
Fiz meu primeiro vestibular para Farmácia, mas não consegui passar. No segundo, também. Sem poder pagar um cursinho, trabalhando para me sustentar, não tinha muitas condições para passar em Farmácia, mas mesmo assim fiz pela terceira vez e, como segunda opção, Letras.
Não passei de novo, mas me chamaram na segunda opção. Iniciei o curso de Letras em 1976 para não perder mais um ano. E foi aí que a coisa mudou. No segundo ano de faculdade, consegui trabalho como professora, que na época podia, e comecei a gostar de lecionar. Fui fazendo a faculdade aos poucos, quer dizer, cursava três disciplinas por semestre, pois precisava trabalhar. Em l979 casei e fui morar em Alegrete. Fui transferida para a Escola Estadual Polivalente e estudava à noite. Nesse meio tempo tive duas filhas. Em l983, terminei a Faculdade. Não tive problema para conseguir emprego, pois já lecionava e continuei trabalhando na mesma escola. Em l985 mudamos para o estado de Mato Grosso do Sul, na cidade de Dourados, onde tive uma experiência ruim de chegada. Substituí uma professora numa turma de 8ª série e tive que lidar com alunos com todos os tipos de problemas. Muitos pais desses alunos estavam presos por assassinato, roubo e drogas. No primeiro dia de aula o líder do grupo me disse que eu não daria aula pra eles, porque ele não queria, pois a professora que eu estava substituindo era muito boa e que até no seu colo ela sentava. Nesse momento, quase desisti da profissão, mas era isso que eu tinha escolhido para mim, era disso que eu gostava. Então, não seria por isso que eu iria desistir. Quando já estava dando certo meu trabalho com a turma, tive que ir embora para outra cidade perto dali, não por minha desistência, mas porque meu marido foi transferido para outra cidade, Maracaju, onde trabalhei por alguns anos. Dava aula para o curso do Magistério e Contabilidade. Aprendi muito nessa época. Fazíamos muitos cursos de formação, mas sempre faltava alguma coisa.
Em l989 mudamos de estado novamente e fui parar no estado do Piauí, precisamente em Uruçuí. Minhas duas filhas pequenas, já em idade escolar, foram para uma escola particular. Convidaram-me para lecionar, pois estavam precisando de professor. Trabalhei no Educandário Nossa Senhora da Conceição por quatro anos. Apesar de ser um estado muito pobre, tinha uma coisa muito boa, o professor era valorizado, pelos alunos e pelos pais.
Voltamos para o nosso estado em l994, por causa de nossas famílias.
Trabalhei um ano em Restinga Seca e viemos morar em São Vicente do Sul. Desde que aqui chegamos e que comecei a trabalhar na Escola Estadual São Vicente com o ensino regular, me questionava se os alunos estavam aprendendo como eu desejava que eles aprendessem. Eu não queria quantidade e sim qualidade. Nós vamos inventando e reinventando métodos. Em 2000, a escola São Vicente abriu o curso da Educação de Jovens e Adultos. A EJA é uma referência em termos de currículo para nós, professores, que trabalhamos com ela. Por que não trabalhar com o ensino regular do mesmo modo que trabalhamos com a EJA?
Minha neta, Luana, minha paixão, que tem apenas sete anos disse para a professora dela, a Ana Paula, nossa colega neste curso, que ela tem professora particular de Inglês, a Vó Maruti, no caso eu. Pergunto-me: Que grande responsabilidade é a minha de transmitir aquilo que eu sei, de uma maneira tão simples para que ela entenda?
Meus questionamentos vão se esclarecendo um pouco, mas ainda não cheguei ao ideal. Como ser e pensar para me aproximar daquilo que quero?
Estou fazendo o curso de pós-graduação. Depois de 28 anos de magistério e de ter formado minhas duas filhas resolvi fazer Pós-Graduação em PROEJA no CEFET de São Vicente do Sul. Não podia deixar escapar esta oportunidade, porque estou fazendo sem ônus e não preciso me deslocar da minha cidade. Fazer este curso em fim de carreira e voltar a estudar para mim é muito importante, porque além de aprender, vou ter mais conhecimento e vou crescer como ser humano.
Fiz meu primeiro vestibular para Farmácia, mas não consegui passar. No segundo, também. Sem poder pagar um cursinho, trabalhando para me sustentar, não tinha muitas condições para passar em Farmácia, mas mesmo assim fiz pela terceira vez e, como segunda opção, Letras.
Não passei de novo, mas me chamaram na segunda opção. Iniciei o curso de Letras em 1976 para não perder mais um ano. E foi aí que a coisa mudou. No segundo ano de faculdade, consegui trabalho como professora, que na época podia, e comecei a gostar de lecionar. Fui fazendo a faculdade aos poucos, quer dizer, cursava três disciplinas por semestre, pois precisava trabalhar. Em l979 casei e fui morar em Alegrete. Fui transferida para a Escola Estadual Polivalente e estudava à noite. Nesse meio tempo tive duas filhas. Em l983, terminei a Faculdade. Não tive problema para conseguir emprego, pois já lecionava e continuei trabalhando na mesma escola. Em l985 mudamos para o estado de Mato Grosso do Sul, na cidade de Dourados, onde tive uma experiência ruim de chegada. Substituí uma professora numa turma de 8ª série e tive que lidar com alunos com todos os tipos de problemas. Muitos pais desses alunos estavam presos por assassinato, roubo e drogas. No primeiro dia de aula o líder do grupo me disse que eu não daria aula pra eles, porque ele não queria, pois a professora que eu estava substituindo era muito boa e que até no seu colo ela sentava. Nesse momento, quase desisti da profissão, mas era isso que eu tinha escolhido para mim, era disso que eu gostava. Então, não seria por isso que eu iria desistir. Quando já estava dando certo meu trabalho com a turma, tive que ir embora para outra cidade perto dali, não por minha desistência, mas porque meu marido foi transferido para outra cidade, Maracaju, onde trabalhei por alguns anos. Dava aula para o curso do Magistério e Contabilidade. Aprendi muito nessa época. Fazíamos muitos cursos de formação, mas sempre faltava alguma coisa.
Em l989 mudamos de estado novamente e fui parar no estado do Piauí, precisamente em Uruçuí. Minhas duas filhas pequenas, já em idade escolar, foram para uma escola particular. Convidaram-me para lecionar, pois estavam precisando de professor. Trabalhei no Educandário Nossa Senhora da Conceição por quatro anos. Apesar de ser um estado muito pobre, tinha uma coisa muito boa, o professor era valorizado, pelos alunos e pelos pais.
Voltamos para o nosso estado em l994, por causa de nossas famílias.
Trabalhei um ano em Restinga Seca e viemos morar em São Vicente do Sul. Desde que aqui chegamos e que comecei a trabalhar na Escola Estadual São Vicente com o ensino regular, me questionava se os alunos estavam aprendendo como eu desejava que eles aprendessem. Eu não queria quantidade e sim qualidade. Nós vamos inventando e reinventando métodos. Em 2000, a escola São Vicente abriu o curso da Educação de Jovens e Adultos. A EJA é uma referência em termos de currículo para nós, professores, que trabalhamos com ela. Por que não trabalhar com o ensino regular do mesmo modo que trabalhamos com a EJA?
Minha neta, Luana, minha paixão, que tem apenas sete anos disse para a professora dela, a Ana Paula, nossa colega neste curso, que ela tem professora particular de Inglês, a Vó Maruti, no caso eu. Pergunto-me: Que grande responsabilidade é a minha de transmitir aquilo que eu sei, de uma maneira tão simples para que ela entenda?
Meus questionamentos vão se esclarecendo um pouco, mas ainda não cheguei ao ideal. Como ser e pensar para me aproximar daquilo que quero?

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